Será o momento ideal de investir em Renda Variável?

No último ano, quem ganhou dinheiro comprando ações tem muitos motivos para se sentir orgulhoso. A começar pois o índice Ibovespa caiu 17% nos 2 últimos semestres e 28% da máxima à mínima deste ano. Se tirarmos empresas de commodities e bancos desse número, o banho de sangue é ainda maior. Vimos small caps com indicadores financeiros extremamente saudáveis chegando a cair 70% do último topo entregando resultados melhores do que em trimestres anteriores. Para reforçar a tese que apenas a minoria e que provavelmente tinha uma carteira bem concentrada nesses poucos papéis que andaram conseguiu ter uma performance positiva, vimos renomados fundos de ação com longo histórico de sucesso como Constellation, Dynamo, Bogari, Forpus, Brasil Capital e Vista caindo entre 40% e 50%.

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No entanto, é difícil falar que toda essa queda é injustificável pois o segundo semestre de 2021 no Brasil foi marcado por um forte aumento da taxa Selic, furo do tão discutido teto de gastos e por algumas brigas entre os poderes executivo e judiciário. Já neste ano, quando estes problemas pareciam estar ficando para atrás, vimos a maior inflação global dos últimos 40 anos. Infelizmente, mesmo estando a frente na alta de juros de todas as principais economias do mundo para controlar a inflação, não conseguimos descolar muito da queda generalizada das bolsas. Com os títulos de renda fixa ainda oferecendo taxas pré-fixadas de 13-15%/ano ou IPCA + 6-7%, foi difícil encontrar investidor se interessando por ativos de risco nesses últimos meses.

Agora, existe um velho jargão do mercado financeiro que é, “compre ao som dos canhões e venda aos sons dos violinos”. E visto tudo isso que falei acima, parece que nunca teve tanta bola de canhão passando por nossas cabeças. E para colocar um pouco de números no porquê o melhor momento de comprar ações é quando passamos por momento desafiadores e de stress como os que estamos vivendo, segue alguns dados extremamente interessantes sobre o momento atual.

  • Preço/Lucro (P/L), principal indicador de preço de uma empresa ou índice, no menor patamar de pelo menos 20 anos, atualmente próximo a 5x, sendo 11x a média histórica. Menor do que 2002, 2008, 2015/2016 e Covid. Mesmo excluindo commodities e bancos, ainda está bem abaixo da média.
  • Sempre que a Selic atinge o topo e começa a lateralizar ou cair, vemos a bolsa valorizar fortemente. Este movimento ocorreu entre 2005 e 2008, entre 2009 e 2010 e entre 2016 e 2020.
  • Ibov está 60% mais barata considerando o P/L se comparado ao S&P, enquanto a média é 27%.
  • Ibov está 40% mais barata considerando o P/L se comparado ao índice de países emergentes, enquanto a média é 2%.
  • Earnings Yield* – NTN-B 10 anos próximo a 10% sendo que a média histórica é 4%. Ou seja, as empresas estão tendo um retorno 10% a mais do que o título público em questão.

.* Earning Yield (EY) significa rendimentos dos resultados ou retorno de lucro. O intuito do EY é indicar os lucros por ação comprada. Ou seja, ele serve para indicar o quanto um ativo oferece de retorno ao investidor.

Agora quando os ativos irão começar a subir de vez por todas? Com a queda dessas últimas semanas, será que fizemos fundo? A resposta para essas perguntas ninguém pode dar. Mas podemos afirmar baseado em números que é um dos melhores momentos, se não o melhor para se comprar ações dos últimos 20 anos. Se você investidor esperar a Selic voltar a cair para comprar renda variável, seguramente ficará de fora da festa.


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Rafael Fernandes

Head de Renda Variável da RIVA Investimentos, assessoria qualificada vinculada à XP Investimentos que desenvolve soluções personalizadas para pessoas, famílias e empresas. Responsável por alocações em ações, opções e operações estruturadas. É formado em Engenharia pela UFMG com MBA em Finanças pelo IBMEC e CFA LI approved.

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